Um vizinho muito louco 2, A VINGANÇA!

Prólogo

Como vocês sabem, eu tenho um vizinho retardado que cantarola músicas estranhas, dança feito um cabrito, liga o som ás sete da manhã e solta pipa de boca aberta (descobri isso recentemente). Nunca fui uma pessoa vingativa, mas esse meu vizinho danadinho consegue me tirar do sério. Depois de ter interrompido o meu soninho da manhã de ontem, eu decidi que ia dar um jeito nessa situação cruel em que eu estava metida. Mas como me livrar desse vizinho estranho? Pensei em várias possibilidades, como colocar veneno de rato na comida dele, contratar um matador profissional, ou talvez, alternativas menos drásticas, como roubar o som onde ele ouve as músicas, entre outras... MAS, tudo daria trabalho demais, e queria algo simples e eficaz. Depois de muito pensar, encontrei a solução que já começou a ser aplicada hoje. Sem mais delongas, vamos ao post propriamente dito:

Cheguei da escola com o cérebro a mil, pensando e repensando em todo o meu plano mirabolante e infalível. Entrei em casa, cumprimentei minha querida mamãe e fui correndo para o meu quarto. Abri a janela, e foi impossível segurar o riso, quando me dei conta estava no meio de uma gargalhada maléfica de desenho animado. Foi nesse momento que a vingança começou:

Missão vingança:

A música do mal.

Tranquei bem a porta do meu quarto, coloquei um cd no meu som, soltei outra gargalhada, aumentei o volume no máximo e liguei. Era RBD, primeiro cd em espanhol, back vocal de minha autoria, com direito a gritinhos frenéticos e voz roca para imitar o Alfonso Herreira, sem esquecer a performance de dança do ventre na frente do espelho.

O tênis sem alma.

Tirei o meu tênis, e de repente passou pela minha mente uma idéia maravilhosa: Bater com ele no chão. Fiquei batucando incansavelmente, de acordo com o ritmo da música, dando batidas mais fortes quando os acordes eram mais altos e assim sucessivamente...

A coreografia rebelde.

Vendo que minha vingança estava muito vaga, resolvi incrementá-la: Por que não uma coreografia brusca e barulhenta? Quem mora em casa duplex como eu, sabe que qualquer passo firme no andar de cima é um verdadeiro estrondo no andar de baixo. Sabendo disso, comecei a pular... Pulava alegremente, como uma criança num colchão de molas. Alternava meus pulos inventando passos de coreografia, sem esquecer de cantar, é claro...

O banquinho colaborador.

Continuava achando minha vingança muito bobinha, até o momento em que vi o banquinho do meu quarto. Meu rosto se iluminou, e meu coração se encheu mais ainda com o verme da vingança. Comecei a arrastar o banquinho de um lado pro outro, jogando-o no chão e etc... Até o ventilador também colaborou, quando ele – sem querer – caiu no chão, fazendo um estrondo horrível no andar de cima... Imagina no de baixo? (6)

A mãe estraga prazeres.

Ouvindo o barulho do ventilador caindo no chão, minha mãe correu até o meu quarto para ver o que estava acontecendo. Chegando lá, me encontrou dançando, cantando, e arrastando o banquinho por todo o quarto. Olhou para mim com aquela cara de: ‘Eu pari isso?’ e disse:

Mãe: Por que você está dançando desse jeito Ulli?

Eu: Estou me vingando do vizinho de baixo!

Mãe: Hã?

Eu: Isso mesmo mãe, sua filha se transformou numa pessoa vingativa! Estou pagando na mesma moeda tudo o que ele faz comigo... Enfim chegou a minha vez!

Mãe: Acho melhor você desligar esse som e largar esse banquinho aí. Ele está lá na rua soltando pipa...

Quando olhei pela janela, lá estava ele: Soltando pipa, olhando para o céu (DÃR!), e com a boca aberta...

Pois é minha gente, não foi dessa vez!

Mas essa situação vai se inverter!

QUEM VIVER VERÁ...